Pirei no Conto

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quinta-feira, 5 de março de 2015

Poetisa Convidada: Nilva Souza





Nilva Souza é uma sensível poetiza nascida em Jaraguá, no estado de Goiás. Veio para Brasília pela primeira vez em 1990. Depois morou em Anápolis/GO, voltando a morar definitivamente na Capital Federal em 2000.

Nilva ama fotografar flores, e as utiliza artisticamente como pano de fundo para suas poesias. 

Formada em pedagogia orientacional e e pós-graduada em gestão de pessoas, Nilva sempre escreveu, mas somente começou, como diz ela, "a tirar meus poemas das gavetas", após um curso ministrado pela poetisa Marina Mara. 

Esta última é  também responsável pelo Lounge Poético, um momento de confraternização de escritores, e leitura aberta de histórias e poesia, que acontece todas as terças-feiras no Balaio Café (na entrequadra da 201 Norte), do qual Nilva participa ativamente.

Os temas principais dos escritos de Nilva são a mulher, sua relação consigo mesma e com o amor. Segundo ela, "minhas flores internas são as poesias, que saem de dentro deste cacto resiliente que sou".

Nilva possui uma fã page em que seu trabalho pode ser melhor admirado, Sintaminhapoesia.

Pirei no Conto – Quando e como você começou a escrever poemas?



Nilva Souza - Na realidade desde pequena, eu já tinha uma certa facilidade em me expressar através da escrita, mas não tive incentivo, estudei em escola pública e no meu lar não havia hábito de leitura. Então  ficou guardado aqui dentro por muito tempo.

Já me aventurava em escrever músicas quando criança, mas nem mostrava para ninguém, outro dia encontrei numa agenda velha minha, várias músicas que escrevi em 2000. 
Achei engraçado e fiquei analisando como deixamos nas gavetas, nossos sonhos, nossos talentos. 
No entanto numa noite há uns 4 ou 5 anos atrás, minha filha me falou encantada a respeito de uma amiga que tinha facilidade em escrever versos, vi naquele momento que nos olhos dela brilhava o encanto pela poesia. Então peguei um papel e uma caneta e fiz uma poesia para ela em poucos minutos. Desde então, nunca mais parei, eu já andava escrevendo e guardando, mas escrevia sobre qualquer coisa. Meu encanto e o que faz meu coração pulsar forte mesmo é a poesia. Quando leio uma poesia que me toca a alma a degusto, costumo esperar um tempo para ler outra.

Pirei no Conto – Qual é a principal inspiração para o seu trabalho?



Nilva Souza - Para mim escrever poesia não é um trabalho, é necessidade, preciso expressar meus sentimentos através dos poemas, encaro como uma auto-terapia e um hobby muitíssimo prazeroso. Viver já me inspira a escrever. Na verdade, qualquer situação pode me inspirar, mas o amor é um dos maiores inspiradores meus. Quando digo amor é qualquer amor, não necessariamente por gente. Sinto um amor imenso pela natureza, sou apaixonada por gente, cachorros, pássaros, flores. Então se sentir amor vindo do outro ou pelo outro, logo... faço poesia.
 

Pirei no Conto – Você tem algum método para trabalhar seus poemas? (hora do dia, se revisa o trabalho, se tem um lugar favorito para escrever, etc).

Nilva Souza - Não tenho método. Às vezes saio do Lounge Poético, no trânsito voltando para casa,  e preciso gravar no celular urgentemente um poema que me vem, e vem outro e outro. Pois lá no lounge temos a oportunidade de ouvir poetas em linhas diversificadas, e isso enriquece a inspiração. Se eu não gravar naquele momento, não lembrarei. É algo muito intenso minha relação com a poesia. Depois passo para o computador e corrijo alguns erros ou expressões em que não consegui dizer o que exatamente queria dizer. Carrego um moleskine (caderninho) na bolsa, para quando me vem a poesia e posso escrevê-la.
O lugar que mais gosto de escrever é numa casa de campo que temos em Goiás, onde os pássaros me acordam carinhosamente com seus cantos. As borboletas, as flores, o verde e o próprio sossego do lugar já me inspiram. E costumo escrever muito enquanto leio poesia. Quando pego um livro, já providencio papel e caneta, ou coloco meu computador por perto.  Outro dia fiz uma viagem de carro para a Bahia, aproveitei para ler, devo ter escrito uns 20 poemas até chegar. E se eu estiver sozinha a poesia é minha fiel companhia.


Pirei no Conto – Quais seus autores favoritos e/ou pelos quais você se sente influenciada?



Nilva Souza - Nossa! Leio muitos autores, mas em especial Cecília Meireles, me identifico com as poesias dela! Me encantam profundamente e me fazem carinho na alma. Enquanto a leio costumo escrever bastante. Fernando Pessoa também gosto. Cora Coralina então! Que delícia lê-la, não sei se sofro influência. Mas acredito que Cecília Meirelles me inspira. Leio e releio os poemas dela, assim como a simplicidade de Cora, que gosto muito. As mais belas poesias tem linguagem compreensível. A literatura Brasileira é muito rica de poesia, e nada mais prazeroso que lermos poetas brasileiros também. Poderia citar tantos, tenho vários livros! Tenho meus dias de Clarice Lispector, aqueles em que saem palavras dos hormônios, nos dias em que eles estão enlouquecidos dentro de mim… (risos) Estes poemas já são mais complexos! (risos) 

Pirei no Conto – Qual será a temática do seu livro a ser lançado?



Nilva Souza - Amor. Será o tema principal do meu livro. Até porque outro dia, separando meus poemas, observei o quanto o amor me influencia. O nome do livro será “Flor de Cacto”, associo a flor do cacto à minha história de vida. Uma planta que se adapta às pedras, ao solo arenoso, à seca, é cheia de espinhos… E que floresce tão lindamente! E minhas flores internas são as poesias, que saem de dentro deste cacto resiliente que sou. 

A seguir, uma amostra da poesia suave e delicada de Nilva. Outros poemas podem ser encontrados na página da poetisa,  Sintaminhapoesia.
  


  
Dúvidas, sugestões, críticas? Não se faça de acanhado, oras... hahahaha Escreva para nós! ;)  pireinoconto@gmail.com






 
 

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